sábado, 18 de setembro de 2010

boas companhias.

tem gente que fica horas falando pra você não ficar mal.
gente que te chama pra sair quando tem algum programa legal.
gente que te abraça quando é seu aniversário.
gente que puxa assunto pra não ficar silêncio.
gente que te coloca no time porque sabe que você é um bom jogador.
gente que não te chama pra dançar por ter vergonha.
gente legal, simpática, educada.
boas companhias.
mas tem aqueles que não falam nada, só abraçam e fazem valer mais do que um dia inteiro de palavras confortantes.
aqueles que saem com você mesmo que seja pra ficarem deitados na cama olhando para o céu.
aqueles que não te largam nos 365 dias do ano.
aqueles que ficam confortáveis mesmo no mais profundo silêncio.
aqueles que te ensinam a jogar.
aqueles que fazem os passinhos mais ridículos até no meio da rua.
aqueles que só são completos quando compartilham a felicidade.
aqueles que chamamos de amigos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

montanha-russa.

eu não me encontro. me perco no meio de trilhos. cada curva rápida dá o friozinho na barriga como de uma montanha-russa. mas as curvas não acabam, e a sensação de diversão vai embora. deixando uma vontade de acabar e vomitar tudo que está dentro de você. para, então, conseguir voltar ao passeio e aproveitar a paisagem sem contar os minutos para chegar ao fim. pular do trem. quem sabe se mudar a rota. tentar um caminho alternativo com curvas curtas para um lugar desconhecido. talvez colorido. ou quem sabe em branco. branco este, que permita escrever uma nova história. fazer um novo desenho. criar fadas e castelos no meio de um mundo de fábricas e favelas. brincar nas folhas do outono com o céu de inverno, ar de primavera e sensação de verão. balançar num balanço de nuvem sem medo de cair. dar uma volta pelo arco-íris. ficar com os pés na beira do mar com sereias cantando em sua volta. sol e lua de mãos dadas. ali, grandes, olhando para você. sorrindo. te protegendo como se você fosse um delicado dente-de-leão, para que não seja assoprado para longe. para o nada. te incentivando a escrever de caneta sem pensar em escrever com lápis para poder apagar depois. te mostrando que rasuras não são necessárias. que cada palavra escrita é uma parte de um tal livro chamado vida. que, como todo livro, sempre tem coisas que temos vontade de pular. mas, se pularmos, perdemos todo o sentido do que acontece no final. te fazendo entender que, no final das contas, tudo acontece por um simples motivo, para você ser quem é hoje.

domingo, 26 de abril de 2009

defumée.

céu azul. as árvores com folhas verdes querendo ficar laranjas. sol frio. vento de outono. dia de graça, estado de graça, graça de estado. o arco-íris depois da tempestade. raios refletidos no vidro. janela aberta e vontade de mergulhar. a sombra se deita cada vez mais. balões caem do céu. o vento bate no rosto. preguiça de domingo. conversas a fora. voo no meio das nuvens. sozinha, acompanhada. brilho rosa no topo dos prédios. fogo. batata. salmão. risadas de qualquer coisa. degradê de lilás e azul. soluço. fome. com licença, vou comer.

dilema do embuste.

quem se importa com todos os falsos ideais?
ieias falsas. sentimentos inexistentes. frases inacabadas.
o desenho não foi pintado. é tudo preto e branco, escala em cinza.
o verão de 78 já foi. e você ainda não pode me ver, nossas ruas foram perdidas e nossos passos apagados. espaços vazios falsamente ocupados. conversas tristes com risadas por trás. o roteiro do teatro devidamente seguido. emoções ensaiadas. no primeiro ato as frases de amor. no segundo o ombro amigo. e no final, as cortinas se fecham ficando sem aplausos.

sábado, 25 de abril de 2009

Reflexo do céu.

viver o hoje. passado passou. se o que passou foi bom, vira lembrança. se não, esquecimento. pode doer o que for, eu sei que no final vai ser tudo melhor. sempre é. e sempre vai ser se depender do céu e das estrelas que brilham nele. cada uma com seu brilho especial, com seu reflexo num rio inteiro. porque pra essas estrelas, uma simples poça não basta. olho pela janela num telescópio tentando arrumar um lugar no infinito. mas só vejo passos pela rua. pra onde eles vão? não sei. espero que pra longe, depois da linha do horizonte. linha que separa sonho da realidade. realidade essa que tenho medo de viver, de ver, de sentir. pudera eu ir pra uma nova versão da terra do nunca, quem sabe terra de pra sempre. sempre, eternamente. onde começa o arco-íris. onde castelos feitos de areia nunca desmoronam e as fadas não perdem a luz. só entra quem é de verdade. máscara, só se for em baile. gelo, só se forem em cubinhos. e lágrimas, só se forem de felicidade.




para um filosofo e um músico muito especias.
step in(on?) the street - telescopes